20 - G R A T I D Ã O

20 - GRATIDÃO 

Nossa ida para Diamantina foi realmente um ganho imenso! Pude finalmente fazer meu Curso Superior, há anos sonhado! Fiz PEDAGOGIA, que é, com toda certeza, a minha praia! Além disso, três dos quatro filhos, receberam lá o Diploma em ODONTOLOGIA. (O Júnior fez MEDICINA na UFMG). Lá escrevi vários poemas e fazia Crônicas para um jornalzinho local. Inspiração é o que não faltava. Mas o tempo... Estudando... trabalhando... quatro filhos adolescentes... Depois, a construção! E quando o Waldívio foi transferido para Barão de Cocais e achou por bem, não nos levar, por causa dos estudos dos meninos... aí é que a coisa complicou mais ainda! Mesmo assim, ao perder o sono pelas madrugadas, ou observando fatos e cenários do cotidiano... sempre dava pra sair alguma coisa. Eis aqui, mais um poema:

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D I A M A N T I N A

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Cá da serra, eu te contemplo, ó formosa musa minha!

E te vejo, quase por inteiro; ruas sinuosas,

Casarões enormes, as igrejas, largos e pracinhas,

Testemunhas mudas de histórias lindas e grandiosas!

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Lá longe bate o sino. De pé, à frente do Cruzeiro,

Ergo os braços, num caloroso e gigantesco abraço,

A teu povo, sempre amigo, prestativo e hospitaleiro,

Diamantinenses que te adoram e tua história traçam!

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Volvo o olhar à minha esquerda e contemplo pensativa,

A morada última dos que nesta terra querida,

Mui pesarosos sentiram o findar de sua sina.

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Que saibas, com orgulho, musa minha adorada,

Se tiveram eles uma vida inteira aqui passada,

Felizes repousam hoje, em teu seio, Diamantina!

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(Sempre gostei dos sonetos. Uma forma simples e, ao mesmo tempo, erudita, rápida e eficaz de se dar um recado poético. Quando escrevi este, ainda morava em Diamantina, aquela apaixonante cidade, onde plantei, em pouco tempo, sólidas amizades.)