34 - A J Ú L I A

JÚLIA É A NOSSA NETINHA; NÃO SEI SE JÁ DISSE ISTO...

HOJE ELA ME PEDIU: "FALA DE MIM, VÓ!"

BEM, ANTES DE FALAR DA JÚLIA,

VIAJO NO TEMPO, 33 LONGOS ANOS!

E FOI BEM ASSIM QUE EU REGISTREI O FATO:

34  -  O MILAGRE DA VIDA

Lembro-me!

Oh, se me lembro!

Era lindo!

Todos diziam que você chorava,

mas eu o via sorrir.

Sorria para a vida,

sorria para o mundo,

sorria para mim!

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Seu pai, que antes vagava nervoso,

pelos longos corredores,

agora, ali, em êxtase, o contemplava incrédulo,

e foi com dificuldade que conseguiu balbuciar,

quase chorando:

"É o nosso filho!"

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Sim, o nosso filho!

O filho do nosso amor.

Há tanto esperado,

e vivido, e discutido, e amado,

desde o primeiro instante,

todos os dias,

todas as horas,

através dos longos meses!

Agora ali estava:

lindo!

Perfeito!

E vivo!

Uma obra sublime do Criador!

//////

Oh, quanto esperara aquele momento!

Quantas vezes fechara os olhos,

na tentativa de vê-lo, meu filho!

E quanto o imaginara!

Quanto o contemplara,

na invisibilidade misteriosa do seu ser.

Mas agora eu o via com olhos reais.

E quanto era divino aquele ser inocente,

que ali ao meu lado,

agitava braços e pernas

como se dissesse:

"Cheguei, mamãe!

Aqui estou.

Não é maravilhoso?!"

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Sim, meu filho, era maravilhoso!

E superava todas as minhas expectativas,

e cumulava de glórias os meus maiores anseios,

a realização do mais sublime sonho meu!

Na estatística do mundo,

você era mais um,

a entrar para a vida.

Mas para mim, meu filho,

você era muito mais:

um pedaço de mim mesma,

saído vivo de minhas entranhas,

no milagre da Criação!

Você ali estava...

Era lindo!

//////

E eu chorei!

Um rosário de lágrimas,

que cobriram de pérolas preciosas,

o rosto daquela que era, no momento,

a mulher mais feliz da face da terra!

Gotas de lágrimas,

pedaços de felicidades

que jamais esquecerei!!!

////////

(Realmente, o nascimento do primeiro filho nos deixa assim, incrédulos! . . . Como é que pode?! . . . UM VERDADEIRO MILAGRE!!! 
Isto foi no dia 10 de julho de 1973. Tempos idos...)
)Nós amamos você, Walcely, profundamente!)